UM ESTUDO SOBRE A BRINQUEDOTECA NO MUNICIPIO DE CAMPO GRANDE – MS
Autora:
SANCHES, ROSEMEIRE RAMALHO
Orientador:
D’ÁVILA,Jorge Luis.
(davilajorgeluis35@gmail.com /
IESF)
RESUMO
Esse artigo tem como objetivo discutir a respeito
da organização da brinquedoteca no Centro de Educação Infantil (CEINF) José
Ramão Cantero localizado no município de Campo Grande capital do estado de Mato
Grosso do Sul (MS). Mais especificamente estudar o surgimento e o atendimento
das crianças na briquedoteca e verificar se o acervo existente nesse espaço é
suficiente para atender os alunos. O movem que nos instiga a feitura de tal
trabalho parte das minhas inquietações a respeito da pouca utilização por parte
dos professores da brinquedoteca do referido CEINF. Isso se comprova por meio
das análises do horário de agendamento solicitado pelas professoras para a
utilização desse espaço e também pela análise dos seus planos de aulas.
Mediante a isso surgi algumas questões que pretendemos responder com o decorrer
da pesquisa qual seja: Porque os professores não utilizam a brinquedoteca como
um instrumento de ensino aprendizagem? Qual é a orientação da Secretaria de
Educação de Campo Grande (SEMED) em relação à implantação e a utilização desse
espaço nos (CEINFs). O trabalho se constitui em um estudo de caso onde, a
coleta de dados foi feita por meio da análise dos planejamentos dos professores
e também pelo horário de agendamento para a utilização da brinquedoteca. Além
de um questionário contendo três perguntas abertas a respeito da compreensão
que os professores possuem sobre esse espaço. Os autores que embasaram
teoricamente nossa trabalho foram Friedmann [et al.] (1992),
Kishimoto (2002), Santos (org) (1997), Ofele (2004), Pimenta (1996), Rocha
(2000), Wajskop (1999) Silva (2002) Heinkel (2003) e Machado (2004). Até o momento constatamos
que a brinquedoteca, apresenta objetivos essencialmente pedagógicos, deve ser
um local para produção de brinquedos (com testes e análise) conter diversos
brinquedos industrializados; sucatoteca, acervo de livros e videoteca; espaço
para as crianças brincarem; profissionais (brinquedista) para acompanhamento
das atividades e assessoria para o desenvolvimento das atividades.
METODOLOGIA
A metodologia de investigação
aplicada no trabalho foi o estudo de caso por entender que essa estratégia de
pesquisa é ideal para avaliar e descrever a situação do objeto delimitado. A
coleta de dados foi feita por observações, registros fotográficos,
questionário. A pesquisa foi realizada com os alunos do Pré I do Centro de
Educação Infantil José Ramão Cantero. Sendo observadas 21 crianças de quatro
anos a cinco anos no momento em que brincam na brinquedoteca e ainda as
recreadoras juntamente com a Professora. O critério utilizado para a
seleção de inclusão das amostras de dados é de limitação empírica como bem
afirma Thiollent (2007, p.126) “é relacionada a um quadro de atuação. Ainda
realizamos uma entrevista com a responsável pelo agendamento da brinquedoteca
para averiguar qual a situação dos brinquedos pedagógicos existentes no local e
qual a freqüência que os professores planejam aulas nesse espaço.
RESULTADOS
Os
resultados preliminares apontam que a maioria das educadoras pesquisadas ainda
estão em processo de formação (curso superior) e que ainda não fazem formação
continuada específica para a função que exercem, sentindo assim dificuldade em
romper com algumas rotinas colocadas nos CEINF`s ( Centro de Educação Infantil)
como higiene e alimentação, deixando de lado outros aspectos também
importantes. Outros fatores marcantes são a falta de brinquedos, pois os poucos
que existem foram adquiridos pelos
professores
e/ou educadores, ou foram doados, e o longo tempo em que as crianças ficam em
sala de aula dificultando a ampliação do conhecimento da criança. Ao analisar
as respostas das professoras e as suas concepções sobre o brincar observou-se o
seguinte: três professoras entendem que o brincar promove a interação da
criança com o mundo, duas professoras vêem o brincar uma estratégia para
aplicar conteúdos, uma professora acredita que o brincar desenvolve o psíquico
da criança, três professoras acreditam que o brincar depende do que se pretende
pode haver ou não um objetivo implícito. Com a desativação da brinquedoteca no
decorrer da pesquisa as crianças passaram a ter contato somente com a brinquedoteca
itinerante (o ônibus) que vem ao CEINF, porém não se sabe muito bem as datas de
sua vinda. Diante desse fato foi preciso desenvolver um projeto que
privilegiasse o brincar para suprir as necessidades daquele momento.
CONCLUSÃO
Estudos
apontam que antigamente as brincadeiras estavam garantidas pelo espaço nas
ruas, nos parques, nos quintais das casas. Hoje as crianças vêm perdendo aos
poucos os espaços de brincar e desenvolver as suas brincadeiras e também de se
expressarem. Se antes as brincadeiras de bola, pula cordas, jogar bolinhas de
gude, pega-pega etc. aconteciam nas ruas e nas casas. Isso no dias atuais já
não é mais possível. O grande motivo seria o avanço da criminalidade e
violência contra a criança agravado pelo crescimento dos grandes centros
urbanos os pais não tem mais tempo para brincar. Dessa forma os familiares se
apóiam nos centros de educação infantil como um ambiente seguro onde ali
recebem alimentação e educação, fatores básicos para um bom desenvolvimento
segundo os pais. O que se pergunta é: Como proporcionar uma educação de
qualidade sem perder vista o direito da criança de brinca e aprender de forma
lúdica desenvolvendo a sua compreensão de mundo. É possível transformar o
brincar em recurso pedagógico? Esta é uma pergunta feita pela maioria dos
professores. Com certeza é preciso considerar a importância incontestável do
brincar para as crianças e sobretudo que elas sejam respeitadas como seres
pensantes de gostos e aprendizados diferentes. É evidente que os espaços de
brincar devem ser pensados com e para elas, contudo o que se vê são crianças
limitadas ao espaço da sala de aula com brinquedos que não atendem as
necessidades reais das crianças. Portanto fica evidente que é preciso transpor
as paredes dos Centros de Educação Infantil buscar conhecimentos através de
pesquisas e estudos mais detalhados no que se refere à criança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHIZZOTI, Antônio. Pesquisa Qualitativas em Ciências Humanas
e Sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
FRIEDMANN, Adriana [et al]. O direito de Brincar: A brinquedoteca.
São Paulo: scritta, ABRINQ, 1992.
HEINKEL, Dagma. O brincar e a aprendizagem na infância.
Ijuí: Unijuí, 2003.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida
(Org.). Jogo, Brinquedo, Brincadeira e Educação.São Paulo: Cortez, 2002.
LAKATOS, Eva Maria. MARCONI,
Marina de Andrade. Fundamentos de
Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2007. 6 ed.
LIMA, Terezinha Bazé de. Etapas que não podem faltar na metodologia
da pesquisa ação. Campo Grande: IESF, 2008.
MACHADO, Marina Marcondes. A poética do Brincar. São Paulo:
Loyola, 2004. 2ª ed.
SILVA,
Daniele Nunes Henrique. Como brincam as
crianças Surdas. São Paulo: Plexus, 2002.
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desde el juego. Revista Espaço: Informativo
Técnico Cientifico do INES,
Rio de Janeiro, v. semestral, p.48-52, jul/dez de 2004.
PIMENTA, Arlindo C. Sonhar,
Brincar, Criar, Interpretar. São Paulo: Ática, 1986.
ROCHA, Maria Silva Pinto de
Moura Limbrandi da. Não Brinco Mais: A
(des)construção
do brincar no cotidiano educacional. Ijuí, RS: Ed.Unijuí, 2000.
WAJSKOP,
Gisela. Brincar na Pré-Escola. São Paulo: Cortez,
1999.
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